
Quanto a mim o amor passou... mas conservo-lhe uma afeição inalteravel, e não esquecerei nunca. conservo-te como memória viva de um passado morto, como todos os passados devem ser. Como alguma coisa de comovedor, numa vida como a minha em que o progresso dos anos é par do progresso na infelicidade e na desilusão.
Nunca, creia que as qualidades que lhe atribuo fossem uma ilusão minha, seria desprimor para mim, que assim o pensasse.
Peço que não faça como a gente vulgar, que é sempre reles, que não me volte a cara, quando passar por ti, nem tenha de mim uma recordação que entre o rancor.
Fiquemos um perante o outro, como dois conhecidos desde a infancia, que se amaram um pouco quando meninos e embora na vida adulta sigam outras afeições, conservam sempre num escaninho da alma a memória profunda do seu amor antigo e inutil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário